1 Sobre o paradoxo da escolha Por Barry Barry Schwartz no TEDGlobal 2005 Disponível Tradução de Renan Botelho Revisão de Fabio Ceconello Vou comentar algumas coisas do meu livro que eu espero reforçarão outras coisas que vocês já ouviram, fazendo algumas conexões, caso passem despercebidas. Quero começar com o que eu chamo de "dogma oficial". O dogma oficial do quê? O dogma oficial das sociedades industriais ocidentais. E o dogma oficial diz o seguinte: se quisermos maximizar o bem-estar dos nossos cidadãos, o caminho é maximizar as liberdades individuais. A razão para isso é que a liberdade é inerentemente boa, valiosa, compensadora, essencial para sermos humanos. E porque se as pessoas tiverem liberdade, então cada um de nós pode agir por conta própria e fazer aquilo que maximiza nosso bem-estar, e ninguém tem que decidir por nós. O jeito de maximizar a liberdade é maximizar as opções de escolha. 00:56 Quanto mais escolhas as pessoas têm, mais liberdade elas têm, e quanto mais liberdade elas têm,maior o bem estar-bem. 01:04 Eu acho que isso está tão incorporado na sociedade que ninguém pensa em questionar. Está também profundamente incorporado nas nossas vidas. Alguns exemplos do que o progresso moderno tornou possível. Esse é o meu supermercado. Não é muito grande. Só uma palavra sobre molhos para salada. 175 molhos de salada no meu supermercado, sem contar os 10 tipos de azeite de oliva extra-virgem e os 12 vinagres balsâmicos disponíveis para você fazer uma grande variedade de seus próprios molhos, caso nenhum dos 175 que a loja oferece seja do seu gosto. O supermercado é desse jeito. E então você vai até a loja de eletrônicos para comprar um aparelho de som -- caixas, CD player, cassete, rádio, amplificador. Nessa loja de eletrônicos sozinha, existe esse número de aparelhos de som. Nós podemos montar 6,5 milhões de aparelhos de som diferentes usando os componentes oferecidos em uma loja.
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5 10:52 Pensem no seguinte: Um casal está nos Hamptons. Mansões caríssimas. Lindas praias. Belo dia. Ninguém ao redor. O que poderia ser melhor? "Droga!", esse cara tá pensando, "É agosto. Todo mundo no meu bairro está viajando. Eu poderia estacionar na frente do meu prédio." E ele passa duas semanas remoendo a idéia de que está perdendo a oportunidade de estacionar na melhor vaga.o custo de oportunidade diminui a satisfação da escolha, mesmo quando ela é sensacional. E quanto mais opções para considerar, mais os recursos atraentes dessas opções vão ser vistos por nós como custos de oportunidade. Outro exemplo. Essa charge ilustra várias coisas. Fala sobre viver no momento, e provavelmente sobre fazer as coisas devagar. Mas um ponto importante é que quando você faz uma escolha, está escolhendo não fazer outras coisas. E essas outras coisas podem ter várias características atraentes, que vão tornar menos atraente o que você está fazendo. 12:02 Terceiro: aumento das expectativas. Me dei conta disso quando fui comprar uma calça jeans. Eu uso jeans quase o tempo todo. Existia um tempo que os jeans eram só de um tipo, você os comprava, eles ficavam horríveis, eram incrivelmente desconfortáveis, e se você os usasse e lavasse bastante,eles começavam a ficar bons. Eu fui comprar um jeans novo depois de anos usando um velho, e disse: "Eu quero uma calça jeans, aqui tá o meu tamanho." E o vendedor disse, "Você quer colada, justa ou solta? Você quer braguilha com zíper ou botão? Lavada com pedras ou ácido? Você quer amaciada? Você quer com a boca larga ou justa? Blá, blá, blá..." E continuou. Meu queixo caiu. Depois de me recuperar eu disse: "Eu quero o tipo que costumava ser o único tipo." 12:44 12:49 Ele não tinha idéia do que era, então fiquei uma hora experimentando todos os jeans, e saí da loja -- verdade seja dita -- com os melhores jeans que eu já tive. Eu comprei melhor. E foi toda essa escolha que me permitiu comprar melhor. Mas me senti pior. Por quê? Eu escrevi um livro pra tentar explicar isso pra mim mesmo. A razão por que eu me senti pior é que, com todas aquelas opções, as minhas expectativas sobre o que é uma boa calça jeans subiram. Eu tinha expectativas muito baixas. Eu não tinha expectativa nenhuma quando tinha um modelo só. Quando tem 100 modelos,
Primeiramente, o livro apresenta o paradoxo da interação online versus offline. Por mais que as pessoas estejam desenvolvendo novas relações pela Internet, elas dão valor para as experiências físicas. O futuro aponta, então, para uma convergência entre online e offline.
Esse é o paradoxo da escolha, um gatilho que pode disparar a ansiedade diante da sobrecarga de opções e paralisar as pessoas. Bom, você não quer que o cliente fique paralisado diante do seu catálogo de produtos, não é?
Veja o exemplo do paradoxo da escolha: muitas opções nos deixam paralisados. Quando vemos um layout desorganizado, não conseguimos encontrar as informações. Quando vemos um produto e não entendemos o que ele faz, deixamos para trás.
O consumidor entra no supermercado para comprar iogurte e as muitas prateleiras lotadas trazem várias opções: natural, de frutas, com polpa, líquido, com fibras, petit suisse. O consumidor, a princípio, acha a experiência maravilhosa e imagina que ali, diante de inúmeras possibilidades encontrará o iogurte ideal para ele, que seja exatamente aquilo que ele estava procurando. Então depois de olhar, analisar, ele toma sua decisão. Mas, estará o consumidor feliz? Para o psicólogo Barry Schwartz, que escreveu O paradoxo da escolha (The paradox of choice: why more is less, Harper Collins Publishers Inc., 2004), a resposta é não. 2ff7e9595c
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